quinta-feira, 14 de março de 2013

Tudo Aquilo que nunca foi dito by Marc Levy


(LEVY, Marc. Tudo Aquilo que Nunca Foi Dito. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2011. 244p.)

O autor  francês Marc Levy ficou famoso pela adaptação cinematográfica  do livro E se fosse verdade (que eu amei), até então fora o filme eu nunca tinha lido nada do autor. 

Devo dizer, eu estava esperando algo diferente mas, me surpreendi muito de um jeito bom. O autor tem um dom de escrever lindamente, cada frase é um suspiro e uma lição de vida, acho que me apaixonei...

“A gente pode culpar a nossa infância, acusar interminavelmente nossos pais por todos os males que nos afligem, incriminar a eles pelas provações da vida, por nossas fraquezas, nossas covardias, mas, no fim, nós somos responsáveis pela nossa própria existência, nós nos tornamos o que decidimos nos tornar. Além disso, você precisa aprender a relativizar os seus dramas, sempre vai haver famílias piores do que a sua.”

Júlia Walsh não tem um bom relacionamento com o seu pai Anthony Wash, desde que sua mãe morreu há muitos anos atrás. Ele se tornou um pai ausente, delegando aos empregados a tarefa de educá-la. Ele nunca ia as suas apresentações escolares, pois sempre esteve ocupado com negócios.  Só aparecia nos momentos mais importantes da vida de Júlia para estragá-los, como na vez em que ele foi atrás dela na Alemanha só para separá-la do namorado.

Agora Júlia aos 36 anos é uma mulher forte e decidida. Formou-se em desenho de animações,  tem um grande sucesso com a sua recente criação - A lontra azul -   está noiva de Adam, que é o típico cara perfeito e tem um melhor amigo gay Stanley, responsável pelos momentos cômicos do livro.

O casamento está marcado, e é claro que Júlia não espera a presença do pai, afinal foram tantos anos de negligência, que ele nem deve se importar com o dia mais  importante da vida da filha.  Júlia não está de todo errada, pois o pai não poderá comparecer ao seu casamento, mas dessa vez ele tem um motivo muito, muito bom.

Anthony Wash morreu. Quatro dias antes do casamento da filha, dessa vez ele teve um timing perfeito.  Julia foi obrigada a adiar o casamento e enterrar o pai. Ela está ressentida, com raiva afinal  seu pai consegui mais uma vez arruinar um grande momento da sua vida.

Mas, e se fosse possível após a morte, um jeito de dizer tudo aquilo que nunca foi dito? Seria possível resgatar o amor entre pai e filha?

 "Você me acusa de ter sido ausente; pode imaginar o quanto é terrível o dia em que os filhos vão embora? Já imaginou o gosto dessa ruptura? Vou contar o que acontece, a gente fica ali como um idiota, na soleira da porta, vendo vocês partirem, se convencendo de que é preciso incentivar essa separação, se alegrando com a irresponsabilidade que anima vocês e nos arranca um pedaço do ser. Fechada a porta, é preciso reaprender tudo; preencher os cômodos vazios, não controlar o barulho dos passos, esquecer os estalos tranquilizadores da escada quando chegavam tarde e podíamos finalmente dormir sossegados, passando no entanto a ser preciso ir buscar o sono em vão, já que vocês não estão mais prestes a chegar. Viu, minha Júlia, mesmo assim, pai ou mãe nenhum se vangloriam e é isso amar, sem que se tenha outra escolha, uma vez que nós amamos vocês."


Júlia partirá em uma jornada e descobrirá segredos há muito escondidos mas, principalmente vai aprender sobre seu pai, o porquê de tantas ausências, tentará se livrar das mágoas e tristezas causadas no passado, e que até hoje a atormentam. 

Nessa jornada Júlia questionará o casamento, e não terá mais certeza de  nada quando um passado enterrado há muitos anos retornar.

É um livro que fala principalmente do bloqueio no relacionamento entre pai e filha. Muitos ressentimentos,  muitas lágrimas, mas principalmente sobre perdão, sobre liberta-se e correr atrás da própria felicidade.

É sem dúvida um excelente livro. Marc Levy escreve tão bem.... fiquei com vontade de ler todos os livros dele.  E vou deixar uma dica prestem muita atenção porque no final tem uma surpresa...

Músicas do livro:  Ode to my Family do The cranberries


E música Broken Angel  do Boyce Avenue


E como não podia ser diferente... Pontuação do livro: 5 cafés 


2 comentários:

  1. Chorei com as músicas! A resenha ficou ÓTIMA!!Beijo!

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    1. Obrigada Marcelle! Realmente as musicas são ótimas, e se você gostou do Boyce Avenue, tem que ver os covers que eles fazem... Já the Canbreries tem sempre letras ótimas! Fique de olho no blog e logo teremos mais resenhas e músicas!

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