(Green, John. A culpa é das Estrelas. Rio de janeiro: Editora Intrínseca. 2012, 288 p.)
Se tem algo que eu odeio são livros em que o personagem principal tem uma doença incurável, ou algum tipo de câncer. É por isso que eu sempre evito livros do Nicholas Sparks, tipo um amor para recordar. Afinal do que adianta eu passar o livro inteiro me apaixonando pelos personagens e esperar por um milagre no fim, sendo que os autores sem coração ainda irão matá-los? Eu não quero uma lição de vida, não me importa se não é possível, eu quero um final feliz!
E contra todas as minhas convicções comecei a ler A culpa é das Estrelas. Estranhamente, eu gostei (e muito). Vai ver eu estou começando a gostar de sofrer.
Antes da resenha, caro leitor, tem 3 coisas que você precisa saber, antes de decidir se realmente quer ler esse livro:
1) Você está preparado para se apaixonar?
2) Você esta preparado para chorar até suas lagrimas secarem?
3) Você está preparado para ver a palavra OK com outros olhos?
Hazel descobriu que tinha câncer aos 13 anos, e passou por muita coisa desde então. Quase morreu, mas por um milagre seu câncer tem respondido bem aos novos medicamentos e por enquanto seu tumor está diminuindo, o que lhe dará mais alguns anos de vida. Mas, agora aos 16 anos, Hazel gosta mesmo é de ficar em casa assistindo Américas Next top model e top chef, além de ficar horas lendo um livro. Falando em livro o seu preferido é Um Aflição Imperial, que para sua frustração é um livro sem final ou continuação, é claro que ela escreveu milhões de cartas ao autor, mas nunca recebeu qualquer resposta.
Seus pais estão preocupados, não apenas com a doença mais com seus efeitos psicológicos. Eles querem que ela tenha uma vida normal dentro do que é possível, faça amigos, se divirta, namore... e não se entregue a doença e a depressão. Para isso a obrigam a frequentar um grupo de apoio para jovens com câncer.
Lá ela descobre que um garoto novo aderiu ao grupo. Augustus Waters, ou simplesmente Gus é amigo de Isaac, um jovem com um tipo raro de câncer nos olhos que eventualmente o deixará cego. Gus sofreu com um câncer nos ossos, e após amputar parte da perna está curado. Ele é lindo, e por algum motivo não tira os olhos de Hazel.
“Na boa, vou logo dizendo: ele era um gato. Se um cara que não é gato encara você sem parar, isso é, na melhor das hipóteses, esquisito, e na pior, algum tipo de assédio. Mas se é um cara gato… na boa…”
(...)
“— Por que você está olhando para mim desse jeito?
Ele deu um sorrisinho.
— Porque você é bonita. Eu gosto de olhar para pessoas bonitas, e faz algum tempo que resolvi não me negar os prazeres mais simples da existência humana”
Ao fim da reunião, eles se conhecem e uma grande amizade se inicia. Ele recém curado, ela morrendo. Tudo conspira para que não fiquem juntos, eles sabem disso. Mas, ainda sim não podem evitar. Eles trocam livros e descobrem que tem muito em comum. Combinam que se falarão assim que Augustus terminar de ler o livro Uma Aflição Imperdoável.
Hazel gosta de Gus e ele dela , essa é a matemática perfeita. Por outro lado, Gus entende o fato dela não querer se relacionar, e mesmo assim ele fará de tudo para realizar os sonhos de Hazel, principalmente quando uma oportunidade única aparecer...
Mas, será que vale a pena começar uma história que Hazel talvez não tenha tempo para viver? Ela tem muitas dúvidas, muitos medos, e principalmente ela quer machucar menos corações possíveis quando partir.
— Estou apaixonado por você — ele disse, baixinho.
— Augustus — falei.
— Eu estou — ele disse, me encarando, e pude ver os cantos dos seus olhos se enrugando. — Estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.
É um livro emocionante, e apesar de ser o gênero que eu menos gosto, eu amei, amei, amei... Daqueles tipos de livros que a história fica com a gente por toda a vida! E com um final surpreendente, que quase me deixou desidratada de tanto que eu chorei.
A trilha sonora do livro é Paradise do Coldplay:
Pontuação do livro: 5 Cafés e muitas lágrimas!!!