sexta-feira, 31 de maio de 2013

Pobre não tem sorte by Leila Rego

(REGO, Leila. Pobre não tem sorte. São Paulo: All Print Editora, 2010)

Sabe aquela história de que nunca devemos julgar um livro pela capa? Pois é, nesse caso julguei pelo título... e não me decepcionei! Pobre não tem sorte da Leila Rego é um livro incrível.

Mariana Louveira  é uma garota pobre que mora na cidadezinha de Prudente, interior de São Paulo, mas isso não significa que tem se vestir mal. Ela adora roupas de marcas, bolsas e sapatos, ir a lugares chiques...  Breguice passa longe dela! E daí se tem que dividir uma bolsa em 20 prestações? No mundinho de Mariana as pessoas são julgadas pela aparência, então é melhor aparentar ser rica, chique e glamurosa... 

"Ah se eu fosse rica, tudo seria diferente. Não teria que me matar de trabalhar para receber uma merreca no final do mês, não passaria vontades na frente de vitrine de lojas e muito menos optaria por só um modelo de bolsa: levaria todos sem ao menos perguntar o preço."


Mas quando Mari conhece Edu tudo começa a mudar. Ele é um médico lindo, super fofo, simples e apaixonado e para melhorar pertence à família mais tradicional (leia-se rica) de Prudente, tirando a jararaca super estilosa da mãe dele, vai tudo muito bem obrigada! Eles namoram há sete anos e vão se casar em breve. Mari decorou todo o apartamento novo do centro, está organizando a festa de casamento mais badalada da cidade,  todos terão inveja dela e ela será destaque nas as colunas sociais, quem sabe até ganhar o prêmio de personalidade chique de Prudente?

Finalmente ela terá tudo o que sempre sonhou, não terá mais que fugir das amigas quando  lhe perguntarem  onde ela mora, nunca mais dividir o quarto com a irmã aborrecente! Nada de pagar mico pegando carona no chevett do pai...  E ela terá um closet gigante para guardar todas as roupas lindas que irá comprar  quando for rica... Tudo vai ser um sonho...

Mas como Pobre não tem sorte... esse sonho vai virar pesadelo quando Edu resolver ter uma D.R. horas antes do casamento...

"--- Para de falar Mariana! Preste atenção em mim, pelo menos uma vez na vida! --- Gritou Edu comigo. (...)
--- Tenho algo muito importante para te dizer. Não sei como falar isso de uma forma delicada por isso vou direito ao ponto. (...) --- Eu passei a noite em claro pensando no nosso relacionamento e cheguei à conclusão de que não estou preparado para me casar agora e tenho certeza de que você também não está."

Viajamos na historia de Edu e Mari, quando se conheceram e como se apaixonaram, e como a Mari foi perdendo esse amor aos poucos com toda a futilidade dela. 

É um livro hilário, mas a gente morre de vontade de dar uns chocalhões na Mari pra ver se ela acorda pra vida e deixa de ser tão egoísta e mimada! Por outro lado também dá uma vontade danada de ver ela viver feliz pra sempre com o Edu!

Como Música tema do livro escolhi labels or love da Fergie:

Shopping for labels, shopping for love
Comprando grifes, comprando amor
Manolo and Louis, it's all I'm thinking of
Manolo e Louis, é tudo o que eu estou pensando
I already know what my addiction is
Eu já sei qual é o meu vício
I be looking for labels, I ain't looking for love
Eu estou procurando rótulos, eu não estou procurando amor
I shop for purses while I walk out the door
Eu compro bolsas enquanto saio pela porta
Don't cry, buy a bag and then get over it
Não chore, compre uma bolsa e supere isso




Pontuação do livro: 4 Cafés

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Senhora by José de Alencar

(ALENCAR, José. Senhora. ed.Ática )

“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela...”

Já li tantas vezes o romance Senhora de José de Alencar que decorei o começo. No Rio de janeiro do Século XIX, em meio a bailes de vestidos bufantes, valsas e promessas  ao luar, nasce uma história de amor,  orgulho, mágoa e perdão.

Aurélia Camargo  é filha de uma pobre costureira e órfã de pai, possui uma esplendorosa beleza. Muitos eram os seus admiradores, porém  para o padrões da sociedade brasileira do século XIX, isso não era o suficiente. O que sobrava a Aurélia em beleza faltava lhe em dinheiro.


Fernando Seixas por sua vez era um jovem membro da sociedade, limitado financeiramente por sua condição de funcionário público, é muito ambicioso e irresponsável.  Acostumado  a gastar o dinheiro da família em jogos, roupas e festas com seus amigos, gosta de manter o status. Ao conhecer Aurélia e fica encantado:



"Ao fechar a rótula destinguiu um vulto, e
esperou. Era Fernando. O moço apertou-lhe a mão;
declarou-lhe seu amor. Aurélia ouviu-o palpitante de
comoção; e ficou absorta em sua felicidade.
E a senhora, D. Aurélia? Interrogou Seixas. Ama-me?"


O amor cresce entre o jovem casal, mas por mais que Fernando esteja apaixonado não pode fechar os olhos para a situação financeira da moça, e principalmente do seu modesto dote. E ao receber  a proposta de ficar noivo de  Adelaide Amaral, filha do comendador, ele desiste do amor por Aurélia por um dote de 30 contos de reis.

Anos se passam e Aurélia descobre  ser herdeira de uma grande fortuna e passa a ser a moça mais desejada  e admirada da sociedade.  Agora mais velha, e sem a mãe que já faleceu Aurélia conta com a ajuda de Dona Firmina, sua dama de companhia, e seu Tio Lemos que é seu tutor, embora nenhum deles sejam de grande ajuda já que a moça faz sempre o que quer. 

Todos adoram Aurélia, uma moça inteligente e mordaz, que diverte a todos nas festas com seus comentários, mas apesar de aparentar felicidade esconde um coração magoado sedento de vingança. A traição de Fernando tornou-a uma moça fria e ressentida.

Fernando está em apuros, após gastar todo o dote de suas irmãs em futilidades ele precisa urgentemente de dinheiro, e no desespero aceita a proposta de um estranho, o Sr. Ramos. Esse senhor oferece à Fernando 100 contos de reis para casar com a sua sobrinha. Porém, ele não saberá a identidade da moça até o dia do noivado, imagine então a surpresa ao encontrar seu grande amor do passado, Aurélia.

Fernando acredita que tirou a sorte grande, terá amor, dinheiro e status. Mas  na noite de núpcias Aurélia lhe fará uma grande surpresa:

“- Aurélia! Que significa isto?
- Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é: eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido. (...)”

Os dois viverão um casamento de fachada, mas a convivência os ensinará lições valiosas. Aurélia  terá que abrir seu coração e aprender a amar novamente enquanto Fernando terá que batalhar muito para recuperar seu valor.

O que mais gosto em Aurélia é a sua independência (para os padrões da época) ela não deixa que a sociedade dite como ela deve pensar. Tem um momento do livro em que todos a criticam por escolher como padrinho de casamento o Sr. Torquarto que não tem um posição social, e ela se nega a mudar de opinião. 

Super indico o livro,  principalmente por ser da literatura brasileira!

A NOVELA

  
A Rede Record  adaptou três Livros de José de Alencar “DIVA” “LUCIOLA” e “SENHORA” na novela chamada "Essas mulheres" que foi ao ar de 2 de maio de 2005 à 22 de outubro de 2005 . A Adaptação ficou simplesmente perfeita, e os atores Christine Fernandes (Aurélia) Gabriel Braga Nunes (Fernando), fizeram uma ótima interpretação. O ponto alto fica por conta dos grandes vilões Sr. Lemos e Adelaide que fazem de tudo para separar o casal.

E aí vai um trechinho da novela, com a música tema do casal "Uma Chance em Mil" só para vocês ficarem com vontade!


E a pontuação do livro não podia ser outra: 5 Cafés


sábado, 18 de maio de 2013

A Mediadora - O Arcano Nove by Meg Cabot


(CABOT, Meg. A Mediadora - O Arcano Nove. Editora Galera Record)

O Arcano Nove é o segundo livro da série A Mediadora (de autoria da Meg Cabot, sob o pseudônimo Jenny Carroll, publicado pela Galera Record) - confira a resenha do primeiro livro A terra das Sombras - trazendo mais uma aventura de Suze Simon com os fantasmas e com o sumagre venenoso rsrs...


"Ninguém me contou sobre o sumagre venenoso. Ah, contaram sobre as palmeiras. É, contaram muita coisa sobre as palmeiras, certo. Mas ninguém disse uma palavra sobre a história do sumagre venenoso."

O livro inicia-se com Suze na sala do diretor da Academia o Padre Dominic, que também é mediador, dando como sempre uma bronca  em Suze pelos seus métodos nem sempre educados de tratar as pobres almas penadas.


"- Suzannah - disse ele agora, muito sério. - Nós somos mediadores. Não somos... bem... exterminadores. Nosso dever é intervir a favor dos espíritos e guiá-los para seu destino definitivo. Fazemos isso através de orientação gentil e aconselhamento, e não desferindo um murro no rosto ou fazendo exorcismos."

O conflito do livro começa quando uma mulher aparece para Suze pedindo que ela fale para um tal de Red que ele não a havia matado. Ela simplesmente não dá muita bola ao escândalo, mas Jesse (o lindo e charmoso fantasma que mora em seu quarto) pega no pé da protagonista para que ela faça o trabalho de dar o aviso de forma cuidadosa e completa.


"Então a mulher começou a berrar, praticamente no meu ouvido.
E eu pergunto a você: Por que eu?
Claro que me sentei imediatamente, totalmente acordada. Uma mulher morta aparecer berrando no quarto faz isso com a gente. Quero dizer: acordar na hora.
Fiquei ali sentada piscando, porque meu quarto estava escuro de verdade - bem, era de noite. Você sabe, de noite, quando as pessoas normais dormem.
Mas não nós, os mediadores. Ah, não.
(...)
Diga a ele... - Ela enxugou o rosto com as mãos. – Diga que não foi culpa dele. Ele não me matou.
Essa era nova. Levantei as sobrancelhas.
(...)
- Você diz? - perguntou ela, ansiosa. - Promete?
- Claro. Eu digo. Mas para quem?
Ela me olhou de um jeito engraçado.
- Red, claro.
Red? Ela estava brincando?"

E a tarefa de encontrar Red que antes parecia tão difícil já que ela não possuía mais nenhuma informação, se mostra mais simples quando por meio de CeeCee (sua nova amiga) ela descobre que o homem que procura pode ser Red Beaumont, pai de Tad, um rapaz que ela conheceu em uma festa na casa de uma menina da escola.  Após algumas tentativas frustradas, a protagonista consegue transmitir o recado ao poderoso e ocupado Sr. Beaumont, que começa a persigui-la interessado no dom paranormal que ela possui, e como se isso não fosse o bastante ela ainda desconfia que ele seja um vampiro!

Seguindo a linha do primeiro, o livro é narrado em primeira pessoa de acordo com a visão da Suze. Neste volume somos apresentados ao pai de Suze, realmente gosto do jeito despojado e direto dele, além de ser muito cuidadoso com a filha.

"Quase morri de susto. - Meu Deus, papai. - Fechei a porta da geladeira com força. - Eu já disse para não fazer isso.
Meu pai - ou o fantasma do meu pai, devo dizer - estava encostado na bancada da cozinha, com os braços cruzados no peito. Parecia presunçoso. Ele sempre parece presunçoso quando consegue se materializar pelas minhas costas e me matar de susto.
- Então - disse ele, tão casualmente como se estivéssemos falando de sanduíches numa lanchonete. - Como vão as coisas, moça?"

Há ainda o fantasma  de Timothy, um garoto de nove anos que estudava na academia e morreu de leucemia. Ele aparece pedindo para que Suze cuide de seu gato, Spike, pois após a morte da criança, os pais resolveram abandoná-lo. Ao levá-lo para casa a personagem passa por alguns problemas o primeiro é que Dunga (na verdade Brad, filho do padrasto da garota) tem alergia a gatos e o segundo o gato simplesmente não gosta dela, mas parece amar Jesse, o que era realmente estranho,  já que os animais odeiam fantasmas.

"Vi Jesse sentado ao lado de Spike. Para minha absoluta perplexidade o gato estava deixando que ele o acariciasse.
Aquele gato estúpido que tinha tentado me morder a cada vez que eu chegava perto estava deixando um fantasma - seu inimigo natural - acariciá-lo.
E mais, Spike parecia gostar. Estava ronronando tão alto que eu podia ouvi-lo do outro lado do quarto."

Suze começa a namorar Tad Beaumont, mesmo com o pai dele persiguindo-a, mas Jesse parece ter uma implicância infundada com o garoto que realmente não é aprovado por ele (vai saber o motivo...rsrs...).

"-Tad é um...
E então ele disse uma palavra que eu não pude entender, porque era em espanhol. Encarei-o.
- Um o quê?
Ele repetiu a palavra.
Olha - disse eu. - Fale em inglês.
Não existe tradução em inglês para essa palavra.
Bem, então não precisa falar.
Ele não serve para você - disse Jesse, como se isso resolvesse o assunto.




O nome do livro "O Arcano Nove" é baseado em uma carta de tarô: "O eremita, a nona carta do tarô, guia as almas dos mortos para além da tentação das fogueiras ilusórias ao lado da estrada, de modo que possam ir direto ao seu objetivo mais elevado."





O livro é bom e temos uma ideia dos sentimentos dos personagens principais, além de conhecermos mais alguns que serão importantes para a trama...

Pontuação: Quatro cafés....